segunda-feira, junho 25, 2007

A flor e a náusea.

Com quantos anos a gente começa a não ver mais graças nas coisas? [Pergunta ilustre da Amanda...]
Quantos minutos teremos que consumir pra ver alguém bom ir embora?
Quantas vidas teremos de viver a fim de subestimar tempo e espaço?
How many special people change?


Well....
[...]

"Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio."
O Drummond que disse isso aí.

quinta-feira, junho 21, 2007

Sem surpresas, por favor.

Sem dúvida, uma das minhas canções prediletas.
Não queria uma surpresa. É surpreendente ver aquele olhinho grande e castanho, olhando pra mim, fixado no meu braço, aquele abraço que era totalmente meu, o ar compartilhado e o sorriso nos meus poros.
É muito estranho a relação que todos temos com as coisas belas que se passaram, que fluiram junto com o resto de matéria que vaga pelo grande Universo. Tudo que eu queria não era vocÊ chegar de surpresa, me encontrar puxar minha mochila pra que eu não me perdesse mais. VocÊ já é a surpresa. Você existe, aqui e agora! Dentro ou fora de mim. E não pense que eu escrevo isso com mágua, com rancor, não, eu não tenho a mínima idéia porque diabos comecei esse texto, não sei porque eu escrevo, sério, eu sei que você não vai ler. E mesmo se lesse, não daria importância. Nós, seres humanos, principalmente os que acreditam que o ar entra em todos os poros do corpo, damos importância a estas surpresas que muitos acham tolos, damos importância a drogas de resenhas mal escritas como esta. Mas não sei dizer se a (a)normalidade do real acho isso de veras relevante a vida crível que nos ronda.
Eu sei. Você vai dizer "Ah Jô, passa."
É. Eu não queria te ver passar. Mas você tá assim. Passando.
Essas coisas doem.
Escrevê-las com sinceridade, dóem duplamente.


"...Olha eu não posso perder você como quem perde um real e não nota, não vê."

Vídeo aos navegantes.
http://www.youtube.com/watch?v=qqsyXdj_p_I

segunda-feira, junho 11, 2007

Poema pra quando não ficou nada.

E quando fica nada.
E quando não se lembra mais?
Me diz qual a graça de se pensar num futuro...
Quando nem se lembra de mais nada que ficou.
Nem esperança de algo bom pra escrever e se sentir suficientemente quente.

quarta-feira, junho 06, 2007

Poema para o que ficou.

E não acabou a fumaça, e não acabou o sorriso.
O acorde em bemol ficou lá no fundo, vazio, sem harmonia.
E nem a gente restou,
ficou só um resto,
meio reles, meio água.
Um resto do seu sorriso no meu braço,
minha voz passeando na sua pele
e o nosso sono colorindo uma noite outonal.