segunda-feira, setembro 27, 2010

Perfeita Simetria.

Quem me conhece sabe muito bem que meu coração e meu cérebro tomam atitudes imbecis e discrepantes.
Uma hora quer Argentina, outra hora São Bernardo do Campo, outra hora quero estar em lugar nenhum.
Esse meu desejo de comer o mundo todo numa pratada só, de ter tudo, de querer tudo e ao mesmo tempo nada querer, é tão efusivo que faz com que eu me deteste só de pensar.
No tempo em que nada nos dividia eu não pensava em padecer, eu não pensava em furar a bolha, eu só queria o beijo o cheiro o gosto o elo.
Mas agora não há mais tempo e eu dividi o indivisível e forcei-o a quebrar, rude, triste, sem chão de giz.
Engraçado que meus posts pós-arrependimento-das-merdas-insanas-que-fiz são sempre iguais, esse ciclo é sempre igual, o gosto que fica é sempre igual. Talvez a falsa repetição seja pra eu tirar algo da minha cabeça ou pra tentar ser algo que eu fui há muito tempo e simplesmente não sei mais ser.
Deve ser isso. Eu não sei mais ser. Pensei que sozinha eu fosse refletir mais, trabalhar mais. Mas é impossível tentar ser alguém que nunca fui, ainda mais sem a pessoa que era a melhor parte de mim.
Experiência é o nome que a gente costuma dar aos próprios fracassos, por puro eufemismo de admitir que se é um bosta.

'Ao tempo em que nada nos dividia, havia motivo pra tudo, tudo era motivo pra mais. Era perfeita simetria. Éramos duas metades iguais.'