quinta-feira, outubro 30, 2008

it´s not cool.

Me admira facilidade do mundo on e off line. Estamos on line num canto de imagens, bonitas, tratáveis. Coloridas, sépias, calorosas, bonitinhas...
Off line na vida em si.
Quem eu era antes de ter blog, fotolog, myspace, orkut, msn, gtalk ...
Eu lia de tarde, junto com os meus amigos, sim, nós líamos em voz alta, nós tocavamos mais violão, e aquelas músicas sempre tão clichês eram tão completas ahh não isso ta parecendo aquelas resenhas de gente podre, arrependida e nostalgica, mas não é, não era bem isso que eu tô sentindo, não era bem isso que eu queria escrever, só queria saber quando éramos tristonhos mas havia o sonho, havia aquele gosto de bile, da nossa manguaça, havia o acalando e havia ainda mais... e putaquepario, conheci meus melhores amigos em eventos que eu não queria estar, em lugares que eu estava só pela linha, em lugares que eu estava bêbada e que agora não são mais nada, mas eles estão aqui, caralho que texto ruim, só tem vírgula. Mas que se foda, i don´t care, que vá pra o inferno a técnica, a métrica, as subordinadas.
Hoje eu queria comer queijo quente no Mc, mas não há mais queijo quente. Não há mais nada. Sem cor sem perfume, sem rosa, sem nada.
"Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como esta. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam."



Caio F. Abreu

domingo, setembro 14, 2008

Primavera soprando um caminho mais feliz.

Quando passar um ano e meio as coisas serão melhores. Lógico que durante esse tempo existirá a construção de tudo e a reconstrução de mim mesma também.
Daqui um ano e meio, será que teremos parte do que somos hoje, eu e você, eu em nós, você em mim?
Não sei exemplificar essa nossa guerra particular. É essa sensação babaca de querer o que passou, de querer sentir frio de novo, só que caralho, ta muito frio e eu já nem sei mais o que sentir.
Minha cara tem estado inchada no espelho, meus pulmões e a nicotina vão bem, minha garganta está muito mal, talvez seja um pouco do ácido que sai de mim quando eu tento te falar que ainda gosto de você e que talvez acredite um pouquinho naquela beleza do que já foi. E do que não é.

terça-feira, agosto 26, 2008

segunda-feira, julho 28, 2008

E o trem não está no horário certo.

Universo paralelo seria voce morar na rua em frente a minha.
Seria o trem da gente estar paralelo um ao outro, naquela mesma estação. Parecia uma fotografia, aquilo ali. Domingo, dez da manhã. Tudo tão bruma quanto um coração só.

quarta-feira, julho 23, 2008

Maldito costume.

Ainda tá em mim um pouco disso, desse costume de não ter roteiro, de acreditar magicamente no acaso. Esse maldito costume de realismo de saber e acreditar que as coisas não ficarão bem, como todo mundo fala ou até mesmo esse costume que a gente pensa que tem quando acha que o mundo todo é uma grande besteira.
Estou mal acostumadas a olhar para mim e ver o quanto de você ainda resta aqui, nesse quarto, nesse guarda roupa. Éramos tão odiosas, lembra? Eu tenho saudade da gente tomar café da manhã e você correr pra escovar os dentes primeiro e de no finalzinho tomar tudo bem rápido só pra não tirar a mesa.
Essas coisas parecem tão, tão clichês. Como se todo mundo no mundo tivesse tido uma irmã irmãzonha que tenha ido embora pra viver um amorzão. Pode ser mero sentimentalismo barato de quem não tem mais. Ou pode ser um gosto doce na boca, e agora uma boca com bigode de Toddy, não de Nescau.

sexta-feira, junho 20, 2008

Ela disse adeus.

"Não irei te procurar, mesmo te amando, meus dias serão muito mais compridos, meus pensamentos vazios...Não me procure mais também, assim será mais fácil me esquecer...

Você ainda esta em mim, seu cheiro, seus poemas, seu toque, seus beijos..... é tão triste"
(...)

"Não sei como será daqui pra frente, minha vida sempre uma incógnita, mas é estranho conhecer a felicidade. Como eu queria que o tempo tivesse parado naquele sábado, na grama deitada do seu lado só com o braço encostado no teu. Ali, respirando aquele ar, olhando as árvores grandes em cima de nós e você do meu lado, as vezes falando, as vezes em silencio. É daquele tempo, daquele espaço que eu queria viver sempre....Claro que temos outras lembranças.... você e seus passos esquisitos que me fazem rir tanto, suas caretas e poses, todas as musicas que sabe e me deixam sem graça, seus amigos engraçados, o jeito que agente se agarra e parecem infinitos, será que realmente temos um tempo e espaço paralelo?"

Ela disse adeus.

terça-feira, junho 17, 2008

Because me?

“-Por que você gostou de mim?”
“-Porque você tira as cascas do pão”

Do filme Closer, Perto demais.

Ou como eu prefiro chamar "Verdade Demais."

segunda-feira, junho 09, 2008

Estamos constantemente cantando a ausência das pessoas e das coisas.
O vazio dói, a falta sobra...
Mas a única coisa que resta de tudo parece ser a angústia. A angústia é o que fica no final, é o que preenche essa ausência e ela, ah, não sei cantar.

segunda-feira, maio 26, 2008

segunda feira triste.

Será que tudo mesmo nessa vida é ou tem que ser efêmero?
Fico imaginando qual o sentido, qual a sensação das pessoas que passam alguns instantes conosco e depois desaparecem. Como uma Supernova, sabe? Ela explode, agrega todas as partículas e depois emana uma das luzes mais brilhantes do universo. Depois, da mesma forma que ela surgiu, explodiu, ela desaparece.
É meio que aquela coisa "How does it feel to treat me like you do?", mixada com "Why can't we be ourselves like we were yesterday...".
Eu não sei o que, quem você ou como despencou na minha vida de repente. Eu só sei que tenho que lutar para que esse brilho, essa luz mais forte não desapareça, como uma supernova no céu.
Acho que estou amando.

sábado, maio 24, 2008

Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionario publico com livro de ponto expediente
[protocolo e manifestacoes de apreco ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionario
[o cunho vernaculo de um vocabulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras, sobretudo os barbarismos universais
Todas as construcoes, sobretudo as sintaxes de excecao
Todos os ritmos, sobretudo os inumeraveis

Estou farto do lirismo namorador
Politico
Raquitico
Sifilitico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto nao e'lirismo
Sera'contabilidade tabela de cosenos secretario do amante exemplar
[com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de
[agradar 'as mulheres etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bebados
O lirismo dificil e pungente dos bebados
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Nao quero mais saber do lirismo que nao é libertação.

terça-feira, abril 22, 2008

"...Acho que me perdi numa excursão que fiz...fiz pra onde?"

Post original 22/07/2006

Hoje acordei com tendência aos dias infantis.
Passar o dia todo em casa, arrumando o quarto, ou limpando alguma coisa qualquer.
É curioso morar numa bagunça. A cada dia você descobre coisas novas. Um livro, um bilhete, um cupom fiscal. Não são coisas que foram guardadas. São coisas que foram esquecidas em algum lugar, e agora, apodrecem com o tempo.
Morar numa bagunça me dá a impressão de não saber direito quem sou, e o que sou(ainda não descobri qual dos "quês" é mais grave.)São muitas coisas espalhadas. Muitas coisas que precisam ser jogadas fora. Mas por algum motivo, que não sei qual, permanecem ali, imóveis. Úteis, inúteis. Estão tão misturadas, que não dá mais pra saber quem é quem, quem é o quê(bagunça homogênea). . .
Olho para a caixa, cheia de folhas de matérias já vistas. Olho para as folhas e não sei mais ler o que está escrito ali. Pego a agenda de Dois Mil e Três. A mão aquece, os olhos aquecem. Lembranças enchem o peito. Nào, mas elas não me completam mais. Precisam ser queimadas. Pertencem a garota do primeiro colegial, que achava estranho a possibilidade de alguém no mundo ser como ela. Os mesmos pequenos problemas, e minúsculos dilemas. O colégio terminou. O cursinho acabou. O primeiro ano da faculdade acabou. Talvez eu nem precise tanto de que hajam tantos vestígios deles. Preciso queimar a caixa toda! Nela há muito Mariana, muita literatura morta e mal vivida.Redações mal feitas, cálculos mal resolvidos, minutos mal resolvidos. Cartas que não entreguei. Tem inexatidão ali, não quero mais.
Me diz: além da caixa, o que devemos fazer com as lembranças que enchem o peito, que fazem chorar. Guardamos de novo, numa nova caixa, ou soltamos por aí?
"E diz pra mim, o que é que ficou?"